“A lama amorteceu”: Casal que sobreviveu a queda de balão quebra silêncio

"A lama amorteceu": Casal que sobreviveu a queda de balão quebra silêncio

Dois dos 13 sobreviventes do acidente com um balão de ar quente que caiu no último sábado (15), em Praia Grande, no sul de Santa Catarina, relataram que a lama ajudou a amortecer o impacto da queda. A tragédia deixou oito mortos.

O engenheiro Victor Hugo Mondini Correa e a médica veterinária Laís Campos Paes contaram que pularam da estrutura em chamas e caíram em uma área de vegetação. “A lama amorteceu a nossa queda. A gente conseguiu evitar mais lesões por causa dessa lama”, contou Victor ao g1.

Este foi o primeiro voo do casal em um balão. “A gente nunca tinha voado, a gente nunca tinha nem visto nenhum voo. Então a gente não sabia se aquilo era normal ou não”, disse ele. “A gente sabe que vai lembrar disso a vida inteira. Isso não vai sair da cabeça. E é isso. A gente vai aos poucos organizando a cabeça para poder seguir em frente, agradecendo por estarmos vivos, mas muito tristes pelas pessoas que não conseguiram”, afirmou.

Segundo a empresa Sobrevoar, o voo duraria 45 minutos, mas o balão ficou no ar por apenas quatro minutos. O incêndio começou logo após a decolagem. Das 21 pessoas a bordo, 13, incluindo o piloto, conseguiram saltar e sobreviver. Cinco delas precisaram de atendimento médico e já tiveram alta.

Entre os mortos, quatro pessoas se jogaram do balão em chamas de uma altura de aproximadamente 45 metros. As outras quatro morreram carbonizadas. O balão tinha capacidade para até 27 pessoas ou 2.870 quilos. A empresa, que operava desde setembro de 2024, suspendeu as atividades.

Segundo a Polícia Civil, o fogo começou no cesto do balão e teria sido provocado por um maçarico. “Esse maçarico estava dentro do cesto. Ele [o piloto] não soube precisar se ficou aceso, se teve uma chama espontânea”, disse o delegado Tiago Luiz Lemos.

De acordo com o delegado-geral Ulisses Gabriel, o extintor não funcionou. “O balão sobe um pouco e vai até o solo. Um grupo de 13 pessoas consegue sair. O balão fica mais leve e sobe novamente”, relatou.

A região é conhecida como “Capadócia brasileira” e atrai turistas para passeios de balão. As investigações continuam.

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