O Telescópio Espacial James Webb (JWST) e o Telescópio Espacial Hubble são as principais fontes de imagens cósmicas, seja de estrelas, galáxias ou outros objetos cósmicos há milhões de anos-luz de distância. Mensalmente, a Agência Espacial Europeia (ESA) e a Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos (NASA) divulgam novas fotografias espaciais; em setembro não foi diferente.
Por exemplo, no fim de agosto, a NASA e ESA publicaram uma nova imagem do Hubble que apresenta uma galáxia distante do planeta Terra, chamada ESO 300-16, há aproximadamente 28,7 milhões de anos-luz. A imagem faz parte de uma série de investigações que visa pesquisar por galáxias vizinhas da Via Láctea, inclusive, as agências espaciais já publicaram fotografias de outros sistemas galácticos desde então.
A imagem apresenta a galáxia brilhante nomeada de ESO 300-16.Fonte: ESA/Hubble/NASA/R. Tully
As imagens mais incríveis da NASA em setembro
Durante o mês de setembro, os entusiastas da astronomia puderam contemplar belíssimas imagens espaciais de alta qualidade, produzidas a partir de dados coletados pelos telescópios Hubble e do James Webb. O TecMundo fez uma seleção das cinco fotografias mais incríveis divulgadas durante o mês para compartilhar com você. Confira!
Supernova SN1987A
No início do mês, a agência espacial norte-americana divulgou detalhes de uma supernova próxima da Terra fotografada pelo JWST, inclusive, é considerada uma das mais próximas em relação ao planeta Terra. Localizada na Grande Nuvem de Magalhães, há 168 mil anos-luz de distância, a imagem de SN1987A possibilita observar gás e poeira cósmica geradas durante a explosão da supernova.
A fotografia foi capturada pelo instrumento de câmera infravermelha próxima (NIRCam) do JWST.Fonte: NASA/ESA/CSA/M. Matsuura/R. Arendt/C. Fransson
“Embora estas estruturas tenham sido observadas em vários graus pelos Telescópios Espaciais Hubble e Spitzer da NASA e pelo Observatório de Raios-X Chandra, a sensibilidade e resolução espacial incomparáveis de Webb revelaram uma nova característica neste remanescente de supernova”, a NASA explica em comunicado oficial.
Herbig-Haro 211
Outra imagem fotografada pelo telescópio James Webb mostra um jato interestelar em velocidades supersônicas, localizado na constelação de Perseu, a cerca de mil anos-luz de distância da Terra. A região é conhecida como Herbig-Haro 211.
Os pesquisadores já haviam estudado HH 211 anteriormente, contudo, as novas observações ajudaram a responder mais perguntas.Fonte: ESA/Webb/NASA/CSA/T. Ray
A agência espacial explica que se trata de um dos fluxos protoestelares mais jovens e mais próximos. A imagem apresenta a ejeção de uma protoestrela de Classe 0, um objeto cósmico análogo do nosso Sol, contudo, ainda a ‘infância’ — ela só possui 8% da massa do Sol, mas eventualmente se transformará em uma estrela semelhante.
“Os objetos Herbig-Haro (HH) são regiões luminosas que rodeiam estrelas recém-nascidas, formadas quando ventos estelares ou jatos de gás expelidos destas estrelas recém-nascidas formam ondas de choque que colidem com gás e poeira próximos a altas velocidades”, é descrito em comunicado.
Europa, Lua de Júpiter
Há algum tempo, os astrônomos têm sugerido a possibilidade de que Europa, uma das luas de Júpiter, seja uma das regiões no Sistema Solar que podem facilitar o desenvolvimento da vida como conhecemos. Após fotografar a lua e coletar dados sobre sua atmosfera, os cientistas identificaram dióxido de carbono em uma das regiões de Europa, provavelmente, originada no subsolo do oceano.
O NIRCam também foi responsável por capturar a imagem da superfície de Europa, uma das luas de Júpiter.Fonte: Geronimo Villanueva/Samantha Trumbo/NASA/ESA/CSA/Alyssa Pagan
“Na Terra, a vida gosta de diversidade química — quanto mais diversidade, melhor. Somos uma vida baseada em carbono. Compreender a química do oceano de Europa irá ajudar-nos a determinar se é hostil à vida tal como a conhecemos, ou se pode ser um bom lugar para a vida”, disse um dos autores de dois estudos que descreveram a descoberta e associado da NASA, Geronimo Villanueva.
Galáxia NGC 3156
Durante o mês, o Telescópio Espacial Hubble também investigou a galáxia NGC 3156, na constelação equatorial de Sextans, localizada a cerca de 73 milhões de anos-luz de distância da Terra. Os astrônomos explicam que se trata de uma galáxia lenticular com uma maior média de estrelas engolidas pelo buraco negro supermassivo na região — o nome é dado por conta de sua aparência com uma lente ocular.
As galáxias lenticulares, como a NGC 3156, costumam hospedar estrelas mais velhas.Fonte: ESA/Hubble/NASA/R. Sharples/S. Kaviraj/W. Keel
“Assim como as [galáxias] espirais, as lenticulares têm um bojo central de estrelas e um grande disco ao seu redor. Eles geralmente têm faixas escuras de poeira como espirais, mas não possuem braços espirais em grande escala. Assim como as elípticas, as galáxias lenticulares têm, em sua maioria, estrelas mais velhas e pouca formação estelar contínua”, a NASA publicou em comunicado.
Par de galáxias Arp 107
O Hubble também registrou uma bela imagem de Arp 107, um objeto celeste que apresenta duas galáxias: na esquerda, a galáxia energética Seyfert e, na direita, uma galáxia menor conectada por meio de uma ‘ponte’ de poeira. Ambas estão no meio de uma colisão galáctica e localizadas a aproximadamente 465 milhões de anos-luz da Terra.
A fotografia foi capturada por meio do instrumento Advanced Camera for Surveys (ACS) do Telescópio Espacial Hubble.Fonte: ESA/Hubble/NASA/J. Dalcanton
“Arp 107 faz parte do Atlas de Galáxias Peculiares, um catálogo de 338 galáxias compilado em 1966 por Halton Arp. O Hubble capturou o par galáctico como parte de um programa que fez observações dos membros do catálogo Arp. Uma das intenções do programa de observação era fornecer imagens destas galáxias espetaculares e de difícil definição”, explica a editora da NASA, Andrea Gianopoulos.
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